BLITZ - missão cumprida

Acabadinhos de chegar da encadernação.

Finalmente, os 1121 números do BLITZ, estão arrumadinhos e protegidos.

Já tinha os primeiros 500 agrupados e encadernados, agora foi a vez dos restantes.

Os primeiros foram encadernados por volta de 1992 / 1993, numa excelente sugestão de um jovem de Beja, que quis o destino, fosse parar à Covilhã, mais precisamente à Universidade da Beira Interior.

Como o pai do António tinha, não sei se ainda tem, uma encadernação em Beja, ofereceu-se para realizar um trabalho, que iria proteger a colecção de jornais BLITZ, que já na altura possuía.

E assim foi!

Os 500 BLITZs viajaram até Beja e a Encadernação Progresso fez o belo trabalho de os agrupar em volumes e encadernar condignamente, graças a isso estão hoje em perfeito estado.

No final da década de 90 o BLITZ atravessava um momento menos interessante e por diversas razões , um ou outro número foi ficando esquecido.

Depois foi um canino, que viveu cá por casa nessa altura, que uma bela tarde decidiu fazer em pedaços alguns exemplares.

Cheguei mesmo a temer não conseguir completar esta colecção, que comecei em Novembro de 1984.

Mas quando menos se espera, eis que alguém tem uns BLITZs a mais lá por casa ou alguém disposto a uma troca de números que lhe faltam, pelos 3 que me faltavam a mim.

E assim… finalmente consegui reunir os 1121 números editados pelo jornal mais mítico de sempre em Portugal (A Bola que me desculpe, LOL).

O passo seguinte foi dar-lhes o mesmo tratamento, que já tinha sido dado aos primeiros quinhentos.

Tentei contactar a mesma casa, que tinha feito aquele belíssimo trabalho, mas nem com a ajuda da Internet consegui o contacto. Será que já não existe? Seria uma pena, pois quem tão bem trabalha, merece sempre um futuro risonho. Ao amigo António também lhe perdi o rasto, eu mudei-me para Lisboa e ele concluiu os estudos na Covilhã e fez-se à vida.

Mas recordo-o como um amante do “Som da Frente”, embora não tenha vivido os anos áureos do programa, era um verdadeiro fanático de musica independente, que seguia religiosamente bandas como os Cult, ou até antes disso os Southern Death Cult, os Sisters of Mercy, ou mesmo os Sisterhood, os Bauhaus, os Dali Car, Peter Murphy, Love & Rockets, entre muitos outros, sem esquecer os House of Love.

Embora vivendo no Alentejo, não tinha quaisquer problemas em conseguir os discos que queria. Usava o mítico serviço postal da GEMA Records, uma loja inglesa que com umas simplíssimas listas impressas carregadas de discos, conseguia fazer chegar música a qualquer canto do globo.

Foi graças a este companheiro que também adquiri via GEMA, algumas coisinhas que por cá não davam à costa.

Convêm referir que transferências bancárias ou cartões de crédito eram coisas totalmente “desconhecidas” para nós. Tinha de se cambiar os Escudos em Libras, enviar para Inglaterra e esperar a volta do correio. Toda essa ansiedade era compensada pela chegada do pacotinho mágico.

Voltando aos BLITZ, para conseguir completar este trabalho tive de recorrer a uma encadernação aqui da Margem Sul de Lisboa, mas o resultado final, ficou a anos luz abaixo do que a Encadernação Progresso realizou em 1992/93.

Coisa dos tempos que correm, em que tudo é mais caro, mas com menos qualidade.

Mas pronto, consegui finalmente completar esta colecção, que guardo religiosamente e a que muitas vezes recorro.

Pois ao contrario do que se pensa, há pesquisas na internet que não têm a resposta que desejamos. Mas, volta e meia, num destes 1121 BLITZ a coisa está lá!