quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

V/A - AO VIVO NO ROCK RENDEZ VOUS em 1984


[Dansa do Som - 1984]

Lado-A:
- Xutos e Pontapés - “Esquadrão da Morte”
- Xutos e Pontapés - “1º de Agosto”
- Croix-Sante - “The Life of He”
- Dead Dream Factory - “Candy House”
- Crise Total - “Assassinos no Poder”
Lado-B:
- F.A.S. - “Modernos Europeus”
- Casino Twist - “Corpos a Compasso”
- Culto da Ira - “Testamento”
- Ocaso Épico - “Intro”

De entre as edições nacionais de 1984, este LP que marcou também a estreia do selo Dansa do Som, é um verdadeiro documento da época.
Nele encontramos registos de bandas e projectos "underground", que na altura, marcavam o cenário musical português.
Esta é também a prova da renovação que se estava a dar longe dos olhares do grande publico, mas com passos firmes para voltar a colocar a musica de produção nacional, no lugar que tinha perdido com o fim do "boom do rock português".
Por esta altura, este genero de musica preferia ser conhecido como MMP (musica moderna portuguesa), até para se demarcar com o anterior cenário, conhecido como "rock português".
Neste disco de registos feitos na sala da Rua da Beneficência (que saudades!!!), podemos encontrar um pouco de tudo o que compunha o cenário alternativo nacional em 1984.
Dos Xutos&Pontapés, reis e senhores do Rock Rendez Vous, ainda longe da euforia colectiva e mais ainda, das condecorações como comendadores, até aos F.A.S. (Fantásticos Abridões da Selva), um dos poucos exemplos locais em continuar a produzir "pop electrónica", passando pelo "punk" rude dos Crise Total ou pelas sonoridades mais cinzentas e góticas dos Dead Dream Factory, Culto da Ira, Casino Twist ou ainda, das propostas nacionais mais originais que alguma vez conhecemos no nosso meio, os Ocaso Épico, até aos merecedores de melhor sorte Croix-Sante, tudo neste disco é histórico.
Esta edição abriu também apetite para outras aventuras, não só com selo da Dansa do Som (ui! de onde eu comprei dezenas de belos discos via CTT), mas também de outros projectos semelhantes. Sem este LP, acho que nunca teria havido, por exemplo, a Ama-Romanta.
25 anos depois, ouvir este "Ao Vivo No Rock Rendez Vous em 1984" (nunca passado para CD) é regressar à mítica sala de Lisboa e a uma época em que querer romper, era palavra de ordem. Longe das rádios, das TVs e sem internets, era assim que se construía a musica "moderna" em Portugal. Sem peneiras, sem estrelato, sem manias, sem poses treinadas ou estéticas manhosas, por vezes sem nenhuns meios, mas com muita alma, muita garra, muito coração e com dedicação do tamanho do mundo.
Foi assim que se fez história e este LP é todo ele, HISTÓRIA!

5 comentários:

RUI XARUTO disse...

Guardo o meu exemplar como um tesouro. Grandes sons!

J.Soares disse...

fazes muito bem

RF disse...

Dou 50 euros a quem quiser vender um exemplar deste album.

vendedorjk@gmail.com

Unknown disse...

Ele há clássicos aqui:
- 'Esquadrão da Morte' e '1 de Agosto' permaneceram, anos a fio, dois classicos perdidos dos Xutos;
- 'Uma bruxa pariu dois anjios, gemeos da ressurreição, so Deus nao foi testemuna, CANDY HOUUUUUUSEEEEEEE';
- e, ainda, ASSASSINOS NO PODEEEEEEEER, com o seu 'vai pro c...? vai tu!'

RUI XARUTO disse...

É verdade, eh eh eh, há coisas ditas nessas gravações que se tornaram quase tão emblemáticas como os próprios temas. A introdução que o Zé Pedro faz ao Esquadrão é um exemplo disso, embora, com o tempo, e o aparecimento de outras gravações ao vivo desse tema (entretanto gravado em estúdio em 2008!), ela tenha caído no esquecimento. Mas lembro-me que, pelo menos há 20 anos, era comum fazer-se referência a isso. O álbum acaba por sobreviver na memória colectiva mais à custa desses temas dos Xutos, pelo percurso que a banda já tinha até então, e pelo explosivo Assassinos no Poder, que toca o outro extremo emotivo da compilação (em contraste, por exemplo com o tema dos FAS).Por isso é que os menos atentos ao restante conteúdo deste disco clássico só podem tirar bom proveito das boas surpresas que podem encontrar nas restantes participações. Pena não ter, até à data, a respectiva edição em cd... ou talvez não. O som do vinil é sublime.