Em 1985 a população portuguesa não andava muito alem dos 8 a 10 milhões de habitantes. No entanto, nesse mesmo ano, a indústria discográfica, através da UNEVA, anunciava que se tinham vendido em Portugal 8 milhões de discos e cassetes.
O formato mais vendido era o Single (sete polegadas) e o menos vendido, o acabado de chegar; Compact-Disc. Aqui ficam os números anunciados na época:
- SINGLES – 2.567.524 unidades
- LPs – 2.425.458 unidades
- MINI-LPs – 1.218.411 unidades
- MAXI-SINGLES – 283.336 unidades
- COMPACT-DISC – 10.561 unidades
- CASSETES – 1.288.910 unidades
Como há dois dias, num outro post, referia, a venda de CDs em Portugal só ganhou realmente expressão a partir de 90 em diante.A meio da década de 80 só conseguia vender 10 mil unidades anuais.
Convêm aqui sublinhar, que nesta altura os discos vendidos em Portugal eram, quase exclusivamente, prensados em Portugal. Só com a entrada na CEE e com as consequentes medidas de liberalização alfandegárias, se começou a verificar a importação de discos prensados noutros países. Situação que viria a mudar radicalmente o cenário nos anos seguintes.
Neste mesmo ano, o ranking por editoras era o seguinte:
- EMI – 28,94%
- POLYGRAM – 22,51%
- CBS – 19,08%
- SELECÇÕES READERS DIGEST – 12,22%
- EDISOM – 8,56%
- DACAPO – 5,90%
- EDISCO – 1,31%
- TRANSMEDIA – 0,89%
- VADECA – 0,53%
Referir que a RT-Radio Triunfo, importante editora da época, tinha sido expulsa do Grupo de Português de Produtores de Fonogramas e Videogramas, que entretanto tinha mudado a sua designação para UNEVA, e que hoje é conhecida por AFP.
Logo, os discos desta editora não foram contabilizados nestes dados, nem a mesma figura neste ranking de editoras.
Deste lote de editoras, a Polygram é hoje a Universal, a CBS passou a designar-se Sony, após a aquisição do grupo americano pelo gigante nipónico, a Transmedia é hoje a CNM, a Vadeca é hoje a iPlay, por sua vez, a Dacapo e a Edisom, já não existem.
Outro facto que realmente ressalta nestes dados, era a importância das Selecções do Reader’s Digest e a quota de mercado que conseguia obter. Algo que mudou radicalmente a meio da década de 90, tendo esta se tornado praticamente invisível, no que a discos diz respeito.
Aqui ficam uns dados para reflectir, mas seria óptimo poder confronta-los com os dos dias de hoje.
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